O violino teve origem a partir de outro instrumento de cordas friccionadas (cordofones) bastante popular até hoje, a rabeca. Desde sua criação, por volta do Século XVI, o violino conquistou notoriedade entre os compositores, sendo introduzido nos grupos musicais e orquestras como peça fundamental na música. Isso se deve pela sua versatilidade técnica e fácil adaptação às formas musicais.
Ao longo da sua existência, o violino sofreu alterações significativas no seu formato. Uma boa comparação é observar o violino Barroco com o arco de Corelli e o violino Moderno com o arco de Viotti.
Além dessas duas caraterísticas bem visíveis, de uma forma universal entre os instrumentos, as cordas também foram alteradas. As antigas cordas feitas de tripa (normalmente de carneiro, ou algum outro animal), foram substituídas por cordas mais duradouras e potentes derivadas de diferentes ligas de metal. Há também cordas sintéticas, projetadas para substituir as cordas de tripa. É possível notar a diferença entre os timbres de cada material utilizado nas cordas. Cordas de tripa e sintéticas possuem o som aveludado, fechado. Principalmente utilizadas por grupos de música antiga. Por outro lado, as cordas de metal são brilhantes e abertas. Essas são utilizadas pela maioria dos músicos e solistas.
Uma curiosidade: – Reza uma antiga lenda que o grandioso violinista Nicolò Paganini (aquele que dizem por aí ter feito pacto com o diabo), utilizava cordas de tripas de crianças em seu violino. Obviamente isso é mentira! Mas pode ser um ótimo conto para o dia das bruxas…
O violino também ganhou a fama de ser o “instrumento mais difícil de ser tocado”. Essa é uma outra lenda… porém existe um fundamento para esse pensamento. O violino foi e é muito explorado tecnicamente, possuindo uma das maiores bibliotecas de repertório entre os instrumentos. Praticamente todos os compositores escreveram obras de nível virtuosístico para ele. Algo que foi possível graças a boa aceitação que o violino tem pelo público, sendo um dos instrumentos preferidos até os tempos de hoje.
Para a playlist da semana, selecionei algumas das principais obras escritas para violino. Separei por período para ficar fácil perceber a diferença dos timbres e estilos de cada época. Aproveitem!
BARROCO (INÍCIO APROXIDAMENTE EM 1600)
Esse período ficou marcado pela música contrapontística, ou seja, duas ou mais melodias sendo tocadas ao mesmo tempo. É fácil notar que os compositores utilizavam muitos floreios nas frases também. Outra característica marcante do período barroco é a música sem variação de tempo e/ou com poucas pausas. Normalmente a música se mantem no mesmo andamento sem variar a BPM (batidas por minuto).
CLÁSSICO (INÍCIO APROXIMADAMENTE EM 1730)
O Classicismo trouxe uma nova proposta à música. Os ornamentos, contrapontos, a complexidade da música barroca deu lugar a uma música mais simples de ser compreendida e mais leve. Aqui as orquestras começaram a crescer e possuírem padrões de orquestração. Vale destacar a chegada do PIANOFORTE, substituindo o CRAVO. O PIANOFORTE é o instrumento antecessor ao consagrado PIANO. O período Clássico não se prolongou, mas é extremamente importante na história da humanidade.
Fábio Biondi – Europa Galante – Instrumentos de Época.
ROMÂNTICO (INÍCIO APROXIMADAMENTE EM 1770)
Aqui a música foi presenteada com obras extremamente expressivas. Os compositores utilizavam orquestrações densas para solidificar sentimentos exacerbado. É possível notar que a música é mais detalhada em elementos dinâmicos, andamentos e comprimento.
SÉCULO XX (INÍCIO 1 DE JANEIRO DE 1901)
O Século XX marcou com a música Nacionalista, Moderna, etc. Houve também a propagação musical devida à tecnologia. A música nessa fase já era transmitida por rádios e também podia ser gravada. Nas salas de concerto, as orquestras chegaram a proporções titânicas! Muitas vezes financeiramente inviável manter uma orquestra. O Século XX trouxe também obras de aspecto “Experimental”, com efeitos de orquestração e harmonias mais dissonantes. Tal movimento desagradou e desagrada até os tempos atuais os tradicionalistas.