Os instrumentos de teclas sempre estiveram entre os favoritos, tanto para os leigos quanto para os músicos. Hoje vou falar sobre um instrumento importante que fez parte da história das orquestras, o cravo.
É possível notar nas gravações orquestrais de obras do período barroco a ausência do piano. Em compensação, temos a presença de um timbre brilhante e peculiar que se destaca em meio a orquestra. Esse é o avô do piano, conhecido como cravo.
O cravo é instrumento europeu que também faz parte da família das cordas (cordas pinçadas). O seu mecanismo é constituído por mecanismos onde uma palheta “belisca” a corda. Essa característica se difere do piano, onde o mecanismo martela a corda.
É comum encontrarmos o nome cravo com certa variação entre os idiomas:
- Harpsichord em inglês;
- Clavicembalo / Cembalo em italiano;
- Cembalo em alemão;
- Clavecin em francês;
- Clavicordio em Espanhol.
Convencionou-se utilizar o nome em italiano ou francês na Espanha, já que o nome clavicordio confusamente foi utilizado no país (esse é o mesmo nome do antecessor do cravo o clavicórdio).
Por muito tempo o cravo perdeu seu lugar para seus sucessores o pianoforte e o piano. Já que esses instrumentos traziam novas possibilidades técnicas e expressivas. Mais tarde no Século XX, despertou-se grande interesse nos músicos pela busca de “novos sons” e o cravo voltou a ser explorado tanto por novos compositores quanto por entusiastas da música antiga. Destaca-se a cravista e musicóloga polaca Wanda Landowska, um dos principais nomes da história da música. Landowska é responsável pela ascensão do cravo nos tempos modernos, sendo pioneira ao gravar as “Variações de Goldberg” de Bach ao cravo e pesquisadora não só de obras, mas também das propriedades físicas do próprio instrumento.
Nesse período um novo leque de importantes obras novas, foram compostas. O Cravo retornou à orquestra em “El Retablo de Maese Pedro” de Manuel de Falla. Obviamente, Landowska foi presenteada com muitas dessas composições. Falla escreveu para ela um concerto para cravo e Francis Poulenc compôs Concert champêtre.
Desde então o cravo é peça fundamental dentro das orquestras de música antiga e explorado por novos compositores. Inclusive eu. É isso mesmo! Eu escrevi um concerto para Cravo e Orquestra há cerca de dois anos! Será que ele vai ao palco?