A música minimalista, como o próprio nome já diz, é um estilo que utiliza menos recursos de composição. Ou seja, simples! Mas não confunda a simplicidade com a baixa qualidade…
A música minimalista iniciou-se nos Estados Unidos por volta da década de 1960, expandindo-se até se tornar a forma musical mais utilizada para a música pop atualmente. Dentre seus precursores podemos destacar: Terry Riley, Steve Reich, Philip Glass, e La Monte Young. Na Europa os seus maiores exponentes são Louis Andriessen, Karel Goeyvaerts, Michael Nyman, Stefano Ianne, Gavin Bryars, Steve Martland, Henryk Górecki, Arvo Pärt, Wim Mertens e John Tavener.
É possível identificar no minimalismo musical a constância harmônica, ritmos pré-definidos e temas repetitivos. Para facilitar o entendimento, gosto de citar uma das trilhas sonoras mais marcantes do cinema: “Le fabuleux destin d’Amélie Poulain (no Brasil, O Fabuloso Destino de Amélie Poulain). Perceba que os elementos são adicionados em um ciclo com poucas ou nenhuma variação. Essa fórmula de repetição constante gera o conhecido “efeito chiclete”, onde a frase principal é repetida tantas vezes que gravamos involuntariamente por horas (ou até dias).
Você não percebeu… mas lembra daquela música do Alok? Sim, estou falando de “Hear Me Now”! Aposto que veio aquele assovio na sua memória! Já pensou quantas vezes esse assovio aparece na música? No clipe oficial são 10 vezes! Mas não acaba por aí… a mesma frase musical é repetida quando o Zeeba começa a cantar. É a mesma melodia, mas desta vez com canto e texto. Essa melodia surge com uma pequena variação em mais dois trechos da música. Ao todo é exposta 10 vezes com o assovio e 6 vezes com a voz (sendo que duas são com pequenas variações). A frase “If you get to hear me now” aparece 12 vezes e 2 vezes com melodia diferente. A composição possui o “formato rondó” ou seja, os trechos vão se repetindo como um loop rotativo. Numa linguagem mais simples: Verso / Ponte / Refrão / Verso / Ponte / Refrão… Para tornar mais interessante a análise, esses são apenas elementos de primeiro plano! Em outros planos da obra existem muitos elementos sendo apresentados “disfarçadamente”…
Agora um teste! Perceba nas obras a seguir a rotatividade das melodias musicais:
*Nesse caso, Vivaldi não é considerado um compositor minimalista. Mas assim como outros compositores da época, utilizou várias formulas de composição que são conhecidas atualmente como minimalistas.
Quase toda música popular atualmente é considerada minimalista. Muito da música de concerto também (eu mesmo componho muito no estilo minimalista). Isso não quer dizer que a qualidade é baixa! Apesar de não parecer, é difícil criar algo tão simples e agradável que conquiste todos os ouvidos!